terça-feira, 10 de abril de 2012

Aulas do mês de Março

Seguindo o roteiro programático passemos para o mês de Março, falemos agora de um filme que vimos o qual muito contribuiu com o nosso olhar perante a realidade, muito nos comoveu e trouxe aprendizados para nós chama-se: Filhos do Paraíso.

O filme tem uma duração de 1h e 28min e perpetua a sua mensagem para nós, conta a história de Ali de uma família humilde que vive com seus pais e sua irmã Zahra, sua mãe é uma mulher muito doente, por isso ele e a sua irmã a ajudam nas atividades domésticas. Certo dia Ali ao comprar verduras deixa os sapatos da sua irmã longe do seu olhar e um catador de entulhos o pega sem perceber que se trata de um par de sapatos, que por sua vez é de sua irmã Zahra, quando isso acontece, a irmã fica muito triste por não ter um par se sapatos para ir à escola, sendo assim Ali tem a idéia de revezar com a sua irmã o uso dos sapatos para poderem ir à escola.

Essa rotina se torna muito cansativa, surge então um concurso escolar de corrida, o qual quem chegar e terceiro lugar ganha um tênis, mas Ali ganha em primeiro lugar e enquanto todos estão felizes por sua vitória ele fica triste, pois não ganhou o tão sonhado tênis para a sua irmã.

            O filme é empolgante, quem assiste fica na torcida pelos dois. Aqueles meninos tão humildes, tão crianças, mas já tão responsáveis, não vivem a sua infância. É muito triste o que é mostrado, mas quantas e quantas crianças não têm a mesma realidade que Ali e Zahra tem? Podemos responder com grande pesar que inúmeras, para nós que estamos nos formando ou para aqueles que já são formados em Pedagogia, mas não só para nós e sim para todos assistir a esse filme é ver o real, triste, mas real. Nele podemos ver também o papel do professor em meio ao modelo tradicional que a escola de Ali apresenta.
          Nos deixa várias lições, para quem não viu vale a pena ver, é riquíssimo em aprendizado para construção do sujeito em vários âmbitos.



No terceiro período a nossa turma já havia trabalhado um livro que é muito importante no fazer pedagógico de um pedagogo, agora no quarto período voltamos a trabalhar com ele e a sensação e o aprendizado foi ainda maior, o livro que falamos é: Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire.
Um dos livros mais importantes de Paulo Freire que contribui com a nossa prática cotidiana no espaço escolar. Ainda em fevereiro aprendemos a conceitualização de Didática, mas com o livro de Paulo Freire fomos aprimorando ainda mais o que de fato vem a ser a didática, já se havia dado uma partida com Libâneo e sabíamos que retornaríamos a ele para continuar trabalhando o livro Didática. Pois bem, mas o que vem a ser a Didática? Vejamos de onde surgiu, como se dá, quem são as pessoas envolvidas, etc.

A palavra didática vem da expressão grega Τεχνή διδακτική (techné didaktiké), que se pode traduzir como arte ou técnica de ensinar. A Didática é a parte da pedagogia que se ocupa dos métodos e técnicas de ensino, destinados a colocar em prática as diretrizes da teoria pedagógica. A didática estuda os diferentes processos de ensino e aprendizagem. O educador Jan Amos Komenský, mais conhecido por Comenius, é reconhecido como o pai da didática moderna, e um dos maiores educadores do século XVII.
Os elementos da ação didática são:
§ o professor
§ o aluno
§ a disciplina (matéria ou conteúdo)
§ o contexto da aprendizagem


A Didática tem todo um contexto histórico, ela mudou e vai continuar mudando com o tempo. Atualmente, a didática é uma área da Pedagogia, uma das matérias fundamentais na formação dos professores, denominada por Libâneo (1990, p. 25) como “teoria do ensino” por investigar os fundamentos, as condições e as formas de realização do ensino. Segundo Libâneo (1990):
A ela cabe converter objetivos sócio-políticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e conteúdos escolares, o ensino e aprendizagem – para, com o embasamento numa teoria da educação formular diretrizes orientadoras da atividade profissional dos professores.
A Didática é a ferramenta cotidiana do professor e, como tal, está em contínua evolução, razão porque os conteúdos deste curso destinam-se não só a reforçar os conceitos fundamentais dessa disciplina, mas, sobretudo, aperfeiçoar e atualizar o professor pelo conhecimento de novas técnicas que possam vir a ser utilizadas em sala de aula.
 A aprendizagem consiste mudanças no comportamento do aluno e é o resultado desse processo que, para ser eficiente precisa ser planejado.
O planejamento da instrução é um processo de tomada de decisões que visam à racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação de ensino-aprendizagem. Este planejamento envolve três fases: elaboração, execução e avaliação.
A fase de elaboração compreende quatro etapas: formulação dos objetivos, seleção dos conteúdos, seleção das estratégias e seleção das formas de avaliação da aprendizagem.
É na elaboração que o professor irá formular quais os objetivos tem para com os seus alunos, para isso ele precisa de um conteúdo que seja bem entendido e esteja dentro da realidade social e intelectual dos seus alunos. Isso só é possível através de uma pesquisa minuciosa não só dos conteúdos em si, mas também de conhecer os seus alunos para saber como melhor trabalhar com eles, decididos os conteúdos faz-se necessário a escolha dos métodos que vão ser aplicados, ou seja, das estratégias que vão ser desenvolvidas pelo professor para que os alunos possam a ter uma resposta positiva quanto ao que o professor está ensinando, os métodos estão ligados diretamente com a metodologia que o professor vem a ensinar os conteúdos. Vale lembrar que o professor deve adotar procedimentos facilitadores da aprendizagem é preciso que o professor ajude as crianças a encontrarem significado no aprendizado. Não podemos falar de Didática sem falar de Comenius.
Comenius foi o criador da Didática Moderna e um dos maiores educadores do século XVII; já no século 17, ele concebeu uma teoria humanista e espiritualista da formação do homem que resultou em propostas pedagógicas hoje consagradas ou tidas como muito avançadas. Entre essas idéias estavam : o respeito ao estágio de desenvolvimento da criança no processo de aprendizagem, a construção do conhecimento através da experiência, da observação e da ação e uma educação sem punição mas com diálogo, exemplo e ambiente adequado. Comenius pregava ainda a necessidade da interdisciplinaridade, da afetividade do educador e de um ambiente escolar arejado, bonito, com espaço livre e ecológico. Estão ainda entre as ações propostas pelo educador checo: coerência de propósitos educacionais entre família e escola, desenvolvimento do raciocínio lógico e do espírito científico e a formação do homem religioso, social, político, racional, afetivo e moral.
Comenius defendia a idéia de que a aprendizagem se iniciava pelos sentidos, pois as  impressões sensoriais obtidas através  da experiência com objetos seriam internalizadas e, mais tarde, interpretadas pela razão. Seu método didático constituiu-se basicamente de três elementos: compreensão, retenção e práticas. Através delas se pode chegar a três qualidades fundamentais: erudição, virtude e religião, as quais correspondem três faculdades que é preciso adquirir: intelecto, vontade e memória.



Antes de falar do livro, como de costume, vamos conhecer um pouco sobre Paulo Freire, que dispensa apresentações, mas nunca é demais conhecer um pouco sobre o mesmo.


Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de setembro de 1921  São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador e filósofo brasileiro.
Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência política. Autor de “Pedagogia do Oprimido”, um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático.
É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. A sua prática didática fundamentava-se na crença de que o educando assimilaria o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade, em contraposição à por ele denominada educação bancária, tecnicista e alienante; o educando criaria sua própria educação, fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído; libertando-se de chavões alienantes, o educando seguiria e criaria o rumo do seu aprendizado.
Paulo Freire delineou uma Pedagogia da Libertação, intimamente relacionada com a visão marxista do Terceiro Mundo e das consideradas classes oprimidas na tentativa de elucidá-las e conscientizá-las politicamente. As suas maiores contribuições foram no campo da educação popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos operários, chegando a influenciar em movimentos como os das Comunidades Eclesiais de Base (CEB).
No entanto, a obra de Paulo Freire não se limita a esses campos, tendo eventualmente alcance mais amplo, pelo menos para a tradição de educação marxista, que incorpora o conceito básico de que não existe educação neutra. Segundo a visão de Freire, todo ato de educação é um ato político.
Algumas de suas obras são: Pedagogia do Oprimido; Pedagogia da Esperança; Pedagogia da Autonomia; Educação como prática da liberdade Conscientização: teoria e prática da libertação uma introdução ao pensamento de Paulo Freire; Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar; Cartas a Cristina; Essa escola chamada vida, entre outros.


Conhecemos um pouco mais sobre o livro e realizamos uma dinâmica. Primeiro foi abordada a parte teórica com a professora Renilze, fizemos uma síntese do livro e discutimos em sala de aula, falemos sobre os três capítulos que compõem o livro:
No primeiro capítulo, NÃO HÁ DOCÊNCIA SEM DISCÊNCIA, Paulo Freire nos mostra a importância da dialética com o aluno prezando pela troca de conhecimentos, fala que devemos ver o aluno como indivíduo que é dotado de conhecimento, nos mostra que o professor não deve se supervalorizar e desvalorizar o aluno, mas sim vê-lo como integrante que irá auxiliar no seu desenvolvimento profissional, já que um não existe sem o outro, ao passo que o professor ensina não deixa de aprender e ao passo que o aluno aprende também ensina. É certo que o professor deve ter domínio dos conteúdos que trabalha, mas não deve apenas se prender a ele sem dar a liberdade de seus alunos pensarem, pois isso que leva a construção. 


Freire fala do educador contemporâneo, do reconhecimento que o mesmo deve ter quanto a sua função de referencial para os seus alunos, sabendo que é aquele que pode fazer a mudança, isso também exige que o professor tenha prazer em realizar a sua função. Fala também que não se deve haver discriminação, mas sim respeitar as diferenças de cada um.

No segundo capítulo, ENSINAR NÃO É TRANSFERIR CONHECIMENTO, nos mostra que saber que ensinar não é transferir conhecimento é muito importante para a prática pedagógica do professor, é preciso que o professor tenha essa consciência, a de ensinar e não a de transferir conhecimento. Neste capítulo Paulo Freire voltar a falar do preconceito que se faz em achar que só por que alguém é negro não pode ser inteligente, o que é uma forma de discriminação.
Freire nos fala que o professor deve saber que todo ser é inacabado, nada é definitivo, a partir dessa premissa ele começa um contexto histórico da existência do ser humano que se forma e reforma, por isso mesmo sendo um ser condicionado sabemos que podemos sempre mudar e ir além do que pensamos. Não devo apenas existir no mundo, mas me perceber nele, pois a partir do momento que percebo que estou inserido nele, sei que sou o sujeito da história.
Ensinar também requer respeito ao ser do educando, isso também é ser ético, o professor que não dar essa autonomia para o educando pode se equiparar aquele que não impõe limite quanto a sua liberdade, ambos devem ser equilibrados, quando se há a dialética baseada no respeito de um para com o outro, ambos obtêm bons resultados.
O bom senso também é abordado por Freire, o que o nosso bom senso aponta para o que é certo e o que não é ele que nos adverte e nos deixa suspeito de algo. Neste capítulo Freire também enfatiza o rigor exacerbado e a prática docente que deve ser ética, fala-nos também da responsabilidade do professor e o mesmo muitas vezes não se dar conta disso.
Paulo Freire nos mostra também que não devemos aceitar o descaso e a desvalorização com o profissional da educação e que os mesmo devem lutar pelos seus direitos, fala que o professor deve ter o conhecimento da realidade para que possa desenvolver boas atividades. Por sua vez, devemos sim saber da realidade, mas pensar que podemos mudá-la também e não nos acomodar com ela, devo saber que a mudança é possível sim, não posso simplesmente está no mundo e nada fazer, devo fazer ser no mundo, ter sempre consciência que mudar é difícil, mas nunca impossível isso também mobilizará o educando a pensar da mesma forma, já que o professor é um modelo para os seus alunos. Como professor, devo saber, que nunca o meu conhecimento está acabado a curiosidade deve sempre existir em mim, como Sócrates disse “Só sei que nada sei.”.

Já no terceiro capítulo: ENSINAR É UMA ESPECIFICIDADE HUMANA, Paulo Freire nos mostra como ter autoridade e ser generoso ao mesmo tempo, de forma que seja coerentemente democrática, nos fala que o professor deve ser comprometido coma sua tarefa e que o que aluno ver sobre mim é muito importante, pois quem irá dizer se a atuação do professor está correta de fato é o aluno, o professor deve está atento à leitura que os seus alunos fazem sobre ele. Ensinar ultrapassa a sala de aula é também uma intervenção no mundo, é enfatizado que se deve ter a conscientização da realidade do mundo para que não a ignoremos isso exige que o professor tenha uma definição, posição, decisão, o professor deve ter uma postura que defenda o que é moral e ético.
Paulo Freire volta a falar que o professor deve escutar que ao escutar aprendemos a transformar, o professor deve acompanhar o processo evolutivo dos seus alunos.


           Após discutirmos sobre o livro fizemos a dinâmica do mural didático em forma de varal, a professora havia pedido que fizéssemos uma pesquisa com crianças, jovens e adultos baseando-nos no livro de Paulo Freire e nessa entrevista fosse perguntado como o bom professor ensinava? O que era melhor na aula? Qual era o maior desafio encontrado para nós pedagogos na escola.

Cada grupo expôs as suas respostas e vimos que concordamos em muitas coisas, as respostas obtidas nas pesquisas foram variadas e de diferentes formas já que foi feita de crianças a adultos.
As crianças responderam que gostam de pintar, gostam quando a tia brinca com eles, etc.
Os jovens disseram que gostam de aulas dinâmicas e que os professores sejam competentes.
E alguns dos desafios que foram abordados por nós que encontramos na escola foram: falta de autonomia do professor quanto ao conteúdo programático a ser trabalhado com os seus alunos, a violência nas escolas, a formação continuada de qualidade, uma gestão pedagógica democrática e dialética, mas o que foi mais destacado foi a falta de educação doméstica, que compromete a nossa prática educativa, uma vez que professor+escola+família são indissociáveis, um depende do outro para construir a formação do indivíduo.

Depois de termos aprendido um pouco mais com o livro de Freire tivemos outras experiência enriquecedoras trabalhando com outro livro de Libâneo que se chama: Adeus professor, Adeus professora? Os livros trabalhados até aqui foram de grande valia para o nosso fazer pedagógico e para que pudéssemos entender o que de fato vem a ser a didática, como melhor trabalhar com ela. Didática não se trata apenas de teoria, mas sim de teoria associada com a prática, tem como principal objetivo o processo do ensino e para ensinar é preciso uma fusão da teoria com a prática.


Adeus professor, Adeus professora? Foi um livro muito bom de ser trabalhado, aplicamos dinâmicas com base nos assuntos abordados no livro, aí já se constitui também uma didática, trabalhamos conteúdo, mas com prática e aprendemos, é nisso que constitui a didática.

         Realizamos várias dinâmicas dentre elas: apresentação com fantoche, dinâmica da caixinha com perguntas, a dinâmica do espelho, a dinâmica da ética, a dinâmica da influência midiática, a dinâmica do telefone sem fio, ente outras. Aprendemos brincando e essa didática pode ser empregada também nas escolas. 
Pois bem, através das dinâmicas vimos que o professor deve contribuir na construção do conhecimento de seus alunos, ensinar aos alunos que eles aprendam a pensar no seu papel em meio a sociedade, o professor não deve achar que ele é um transmissor de conhecimentos, mas sim um construtor, colaborador, mediatizador de conhecimentos.
Conhecemos o que vem a ser a Pluridisciplinaridade e Interdisciplinaridade. Pluridisciplinaridade é a existência de relações complementares entre disciplinas mais ou menos afins. É o caso das contribuições mútuas das diferentes "histórias" (da ciência, da arte, da literatura, etc.) ou das relações entre diferentes disciplinas das ciências experimentais. A constituição dos diferentes departamentos do ensino médio é um possível exemplo de pluridisciplinaridade.  Interdisciplinaridade é a interação de duas ou mais disciplinas. Essas interações podem implicar transferências de leis de uma disciplina a outra, originando, em alguns casos, um novo corpo disciplinar, como, por exemplo, a bioquímica ou a psicolingüística. Podemos encontrar essa concepção nas áreas de ciências sociais e experimentais no ensino médio e na área de conhecimento do meio do ensino fundamental.

O termo Pluridisciplinaridade pressupõe uma atitude de justaposição de conteúdos de disciplinas heterogêneas ou a integração de conteúdos numa mesma disciplina, atingindo-se quando muito o nível de integração de métodos, teorias e conhecimentos. Visa à construção de um sistema de um só nível e com objetivos distintos. Por sua vez a Interdisciplinaridade tem uma relação de reciprocidade, de mutualidade, possibilita um diálogo mais fecundo entre os vários campos do saber.
Cabe ao professor ensinar também que cada indivíduo deve respeitar as diferenças de cada um mostrando que ninguém é igual ao outro, mas que todos juntos construímos o nosso conhecimento individual e coletivo.
Para que a aprendizagem não seja sempre de forma tradicional é necessário que o pedagogo esteja em sintonia quanto às novidades que o rodeiam para que assim ele possa utilizar de vários requisitos para uma metodologia inovadora.
A sociedade contemporânea vem sendo marcada pelos meios de comunicação, onde eles, a cada dia, ganham espaço na vida das pessoas, seja em seu cotidiano e ou em suas relações sociais. As escolas se vêem diante do desafio de inserir as mídias e os meios de comunicação nas práticas pedagógicas é necessário que sejam viabilizados conteúdos que insiram a importância dos meios de comunicação para a educação.


Falamos também sobre a ética na escola, o que vem a ser a ética?


Ética é o nome geralmente dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. Diferencia-se da moral, pois, enquanto esta se fundamenta na obediência a normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a ética, ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano. A ética abrangia os campos que atualmente são denominados antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia, às vezes política, e até mesmo educação física e dietética, em suma, campos direta ou indiretamente ligados ao que influi na maneira de viver ou estilo de vida.
Não podemos deixar de falar sobre a ética na escola, ela deve ser aprendida desde cedo, ética está interligada com a cidadania sem a qual o ser cidadão fica comprometido, já que para se viver em sociedade é preciso conhecer os princípios éticos e morais.
Ao passo que o professor ensina, forma cidadãos ele também aprende já que há uma troca de conhecimentos.
Depois das dinâmicas realizadas com base no livro Adeus professor, Adeus professora, retornamos a trabalhar o livro Didática de Libâneo, agora os capítulos três e quatro. Vejamos alguns comentários acerca destes capítulo.


O capítulo três, Didática: Teoria da Instrução e do Ensino nos mostra que a instrução se refere ao processo e ao resultado da assimilação sólida de conhecimentos sistematizados e ao desenvolvimento de capacidades cognitivas. Por sua vez, o ensino consiste no planejamento, organização, direção e avaliação da atividade didática, concretizando as tarefas da instrução, ou seja, um complementa o outro não há ensino sem instrução, da mesma forma que não há instrução sem que haja a finalidade do ensino. Neste capítulo é falado também sobre a metodologia que vai dos métodos tradicionais aos específicos, que são os procedimentos do ensino das disciplinas curricular, currículo são os conteúdos, matérias planejados em cada grau do processo de ensino.


É muito importante que seja feito um planejamento pedagógico sem ele não se tem como alcançar os objetivos, que só são formados através do próprio planejamento.
Não existe Didática sem seus componentes que como já havíamos falado são: a escola, o professor e os pais. O processo didático depende diretamente destes componentes atrelados com outros que são: os objetivos da educação e da instrução, os conteúdos o ensino, a aprendizagem, os métodos as formas e meios de organização das condições da situação didática, a avaliação, estes são componentes fundamentais que formam a base de estudos da Didática.
No quarto capítulo O processo de ensino na Escola, vimos que a atividade de ensinar é comumente vista como transmissão de conteúdos e como já havíamos falado professores não transmitem conteúdos, ele constrói conhecimentos, mas o ensino ainda é muitas vezes visto dessa forma que é denominado de ensino tradicional. Nesse modelo de ensino o professor não passa de transmissor de conteúdos e o aluno não passa de um receptor e reprodutor dos mesmos, a preocupação principal é com os conteúdos sem haver a preocupação de saber se os alunos estão aprendendo ou não.
Sabemos que o ensino não pode e não deve se dá dessa maneira, mas sim visando o desenvolvimento e a transformação progressiva das capacidades intelectuais e cognitivas dos alunos. O ensino é um meio fundamental do progresso intelectual dos alunos, para que haja esse progresso intelectual dos alunos o professor precisa saber qual a melhor forma de assimilação dos seus alunos, já que o ensino deve sempre impulsionar a aprendizagem dos alunos.
É necessário também que o professor mostre para os seus alunos a importância do estudo, seja estimulador na ação reflexiva dos seus alunos quanto à sua realidade, o professor não deve fazer com que o ensino só se objetive em conteúdos, mas sim mostrar a importância dos variados conhecimentos, o ensino deve ser conduzido a preparar indivíduos para a vida.








sexta-feira, 6 de abril de 2012

Aulas do mês de Fevereiro
Nas aulas de didática com a professora Renilze de Barros, através de aulas dinâmicas nas quais debatemos diversos temas, temos aprendido o que é de fato ensinar com toda a propriedade da palavra, ensinar transpassa a sala de aula, a escola em si, vai muito além disso. O professor deve se reconhecer como mediatizador do ensino-aprendizagem dos seus alunos tendo como base uma educação voltada para a formação do indivíduo como ser individual e coletivo, considerando que estes são seres pensantes.
O pedagogo lida com pessoas, com isso ele lida com a cognição de cada indivíduo, cognição? Cognição é o ato ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação,  pensamento e linguagem, a palavra tem origem nos escritos de Platão e Aristóteles, Platão foi um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental.  Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato permanente com dois tipos de realidade: a inteligível e a sensível. A primeira é a realidade imutável, igual a si mesma. A segunda são todas as coisas que nos afetam os sentidos, são realidades dependentes, mutáveis e são imagens da realidade inteligível. Por sua vez Aristóteles foi um filósofo grego, aluno de Platão  Seus escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia.
Voltemos então ao conceito de cognição. Cognitione, que significa a aquisição de um conhecimento através da percepção. É o conjunto dos processos mentais usados no pensamento e na percepção, também na classificação, reconhecimento e compreensão para o julgamento através do raciocínio para o aprendizado de determinados sistemas e soluções de problemas. De uma maneira mais simples, podemos dizer que cognição é a forma como o cérebro percebe, aprende, recorda e pensa sobre toda informação captada através dos cinco sentidos.
Mas a cognição é mais do que simplesmente a aquisição de conhecimento e consequentemente, a nossa melhor adaptação ao meio - é também um mecanismo de conversão do que é captado para o nosso modo de ser interno. Ela é um processo pelo qual o ser humano interage com os seus semelhantes e com o meio em que vive, sem perder a sua identidade existencial. Ela começa com a captação dos sentidos e logo em seguida ocorre a percepção. É, portanto, um processo de conhecimento, que tem como material a informação do meio em que vivemos e o que já está registrado na nossa memória.
Para a melhor formação do indivíduo faz-se necessário que o professor esteja atualizado quanto aos novos métodos e metodologias de ensino e aprendizagem. Métodos são os meios e metodologias são as variadas formas, maneiras de ensinar e aprender.

No desenrolar dos assuntos abordados em sala vimos o quanto é importante que o professor esteja apropriado do conhecimento para que assim ele possa não transmitir conteúdos, mas sim construir aprendizados e com isso indivíduos pensantes e críticos.
No decorrer das nossas aulas discutimos sobre o livro de José Carlos Libâneo intitulado Didática. Falemos um pouco sobre essa personalidade que foi e continua sendo importante na história da pedagogia, até o presente momento discutimos os quatro capítulos contidos no livro e aprendemos em demasia. Primeiro ressaltaremos o que vimos nos dois capítulos iniciais, mas não podemos deixar de dar crédito ao autor do livro, conheçamos então um pouco da história de José Carlos Libâneo.
José Carlos Libâneo nasceu em Angatuba, interior do estado de São Paulo, em 1945 e fez seus estudos iniciais e o ensino médio no Seminário Diocesano de Sorocaba (SP).Graduou-se em filosofia na PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo),  em 1966. “MESTRE” da educação escolar brasileira concluído em 1984 e “DOUTOR” em educação, posteriormente. Libaneo é bastante conhecido no meio educacional pelas profundas contribuições teóricas que produz na área. Articula uma reflexão crítica sobre a natureza histórico- social dos conteúdos de ensino e a própria didática de transmissão destes conhecimentos. 
Iniciou suas atividades profissionais em 1967, como Diretor do Ginásio Estadual Pluricurricular Experimental (SP), por seis anos. Em 1973 fundou e dirigiu por três anos o Centro de Treinamento e Formação de Professores da secretaria da Educação Estadual em Goiânia. A partir de 1975, tornou-se professor da faculdade de educação da Universidade Federal de Goiás. 
Para Libâneo as necessidades educativas presentes, tornam a escola um lugar de mediação cultural, e a pedagogia, ao viabilizar a educação, é a prática cultural intencional de produção e internalização de significados. Libâneo é o autor referência da teoria “tendências pedagógicas”, porém é a favor da tendência crítico-social dos conteúdos.

Agora voltemos ao livro:
Nos dois primeiros capítulos do livro intitulados nessa mesma ordem: Prática educativa, Pedagogia e Didática e Didática e democratização do ensino, pudermos ver que o professor deve integrar ao processo educativo a formação de seres para participar ativamente na vida social, ou seja, deve ser ensinado na escola que ao indivíduo participar de uma sociedade ele existe nela, portanto ele irá assimilar e recriar influências do meio social e mais do que isso poderá vir a transformá-las.
Não podemos dissociar os processos formativos que provem da sociedade, mas sim utilizar da bagagem cultura que cada indivíduo traz consigo e somar a educação que é construída na escola ou em instituições que têm essa finalidade, daí vem a conceitualização da educação não-intecional, que é aquela a qual se refere àsinfluências do contexto social e a educação intencional que é aquela a qual há intenções e objetivos definidos, que é o caso da educação escolar, por exemplo.

Ainda no primeiro capítulo Libâneo adentra na temática da Pedagogia e nos mostra que a pedagogia investiga a natureza das finalidades da educação numa determinada sociedade. Libâneo reforça o que havíamos falado que a educação formal está instrinsecamente ligada à educação não-formal e a Didática vem a ser o principal ramo de estudos da pedagogia, uma vez que é através dela que se sabe qual o conteúdo deve ser ensinado, quais os métodos, quais as metodologias, como organizar e planejar uma aula, como saber se há uma resposta dessa prática vinda do aluno, etc.
O professor vem a ser um mediatizador do ensino, através do ensino o indivíduo toma consciência do papel que exerce na sociedade, sem a escolarização não há como ter essa consciência de indivíduo que não apenas vive na sociedade, mas sim existe e quando existe ele integra, ele se torna parte dela e através dessa conscientização que há a democratização, onde deve ser ensinado que o indivíduo só se forma com o coletivo e todos devem lutar em prol da melhoria desse coletivo. O professor não é só formador de alunos que vão terminar os seus estudos e seguir uma carreira profissional, ele é isso também, mas não apenas isso, ele é formador de cidadãos reflexivos e críticos.
Quando falamos de formar indivíduos falamos também dos aspectos morais e éticos, pois na vida temos que ter esses princípios advindos da educação, isso inclui: respeitar o próximo, ser solidário, ser coletivo, querer transformar a sua sociedade, entre outros.